segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sobre a difícil arte de acostumar-se com o vazio...



- “Ah, a gente se acostuma, né?” – frase comum de ser dita e ouvida.

Será que a gente se acostuma ou será que a o vazio diminui com o passar do tempo?

Ainda não tenho resposta para essa pergunta, mas de vez em quando ela passa pela minha cabeça.

O sentimento de vazio está relacionado ao ser, ao estar com ou ao ter?

Se estiver relacionado ao ter a situação pode ser facilmente resolvida. Vai lá e compra.

Se estiver relacionado ao ser a situação também pode ser resolvida de várias formas (na minha modesta opinião): autoconhecimento.

Se estiver relacionado ao estar com... aí acho que fica fácil e difícil... e é sobre isso que vou escrever hoje.

Estar com fica fácil quando a pessoa está perto, está disponível e está com vontade de estar com a gente.

Estar com pode ser facilitado por um telefonema, um jantar, um café, uma visita... enfim, um encontro.

Quando existe a disponibilidade para ‘estar com’ a coisa fica simples e aquele vazio se enche da companhia do outro.

Estar com fica difícil em duas situações: quando a pessoa está longe ou quando ela não está disponível.

Quando a pessoa não está disponível:

Estar disponível significa querer estar com alguém. Arrumar tempo para estar com um amigo, irmão, primo, filho, marido, afilhado, pai, mãe, tio, tia, avó, avô sobrinhos, cunhados (as), enfim... estar com alguém que estimamos.

Nesse mundo agitado das grandes cidades percebo que as pessoas não estão disponíveis para estar com... As pessoas estão muito ocupadas ocupando seu tempo que não tem tempo para estar umas com as outras... os dias passam, os meses passam e a vida vai passando...

-“Desculpa estou numa correria por isso não te liguei de volta ou não respondi seu email.”

Frase familiar?
Quando a pessoa está longe:

Ah, quando pessoa está longe podemos usar as ferramentas tecnológicas a nosso favor: skype, email, facebook, celular, telefone.

Com tantas formas de contato, tenho a impressão que estamos perto...

Mas quando aquela pessoa que está longe chega...

O coração bate mais forte. A gente sente a pessoa perto e pode abraçar. Senta para tomar café e jogar conversa fora.

Ai sim a gente percebe que não se acostuma com a distância daquela pessoa querida...

Mas e o vazio? Diminui com passar do tempo?

O vazio? Acho que diminui quando a gente aceita que não se acostumou com a distância, mas que existe a possibilidade do encontro, do reencontro.



Até o próximo encontro aqui ou aí.

J.
Rio Claro, 11/07/2011 (noite estrelada)




Um comentário:

  1. Falando apenas sobre "as pessoas que estao longe, porém disponiveis", e porque agreguei disponivel nas que estao longe? Porque para as que estao longe é essencial que estejam disponiveis para evitar esquecimento!!!
    Estou longe e concordo, nao nos acostumamos com o vazio, nao substituimos pessoas mas amenizamos a distancia com a tecnologia e com as passagens baratas e com quartos de hospedes!
    E so nos sabemos a alegria de um abraço, de dividir pipoca, de tomar uma cerveja gelada e falar sobre bolinho de pirarucu!!!
    Por isso, sei o valor de se estar disponivel e quando olho pra traz vejo que eu estive disponivel quando perto e me cobrava por isso e com certeza é o que me mantem forte longe, ter desfrutado enquanto estava perto...
    Falando com conhecimento de causa, aproveitem, e encontrem tempo porqur nao se trata de jogar tempo fora, trata-se de ganhar vida, carinho!!
    E se for preciso, crie tempo livre para estar com suas pessoas queridas!

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