domingo, 24 de julho de 2011
Sobre vida e morte...
sábado, 23 de julho de 2011
Sobre os que decidem ir-se…
Hoje tivemos a triste mas previsível noticia da morte da Amy e de repente fui invadida por um sentimento estranho que é uma mistura de indignação, tristeza e duvida.
Como pode ser que ninguém a ajudou a sair dessa e como pode ser que ela tenha escolhido ir-se daqui...e nos deixar sem sua voz, sem seus penteados, sem a sua presença.
Ela escolheu ir, assim como muitos outros de outras formas e eu tento entender o porquê...o que a fez tomar essa decisão?? Porque sabemos que foi uma escolha, que há sim um caminho de volta e que por mais difícil que seja é possível voltar.
Que tristeza, que angustia, que tipo de pensamentos os faz seguir esse caminho tão difícil para os que ficam??
Será que para alguns espíritos é tão difícil conviver consigo mesmo? Será que se torna insustentável viver dentro de corpos tão pequenos?
Será que são tomados por uma necessidade de liberdade tão grande que se esquecem dos que os necessitam?
Que mentes são essas ainda tão incompreensíveis e indomáveis?
A dor sempre esta em quem fica e o espírito, de acordo com espiritismo, carregara esse karma para sua próxima vida, esse peso de ter interrompido sua passagem na terra neste corpo.
Será que nos, seres que se questionam dentro do normal, não seremos nunca capazes de entender e de poder ajudar a expulsar essa angustia que existe nessas pessoas?
Não tenho tantos anos de vida musical, mas já perdi mulheres fantásticas, mulheres que mudavam meu humor com as letras que escolhiam e com sua voz... Cassia, Amy...e sem contar os que se foram sem tantos holofotes, mas que causaram tamanha dor e criaram um sentimento de ausência, de falta de sentido que não podem ser colocados em palavras.
Viver ser ter que encarar quem realmente são, serem livres de algo que muitos ao redor admiram...é muito louco isso tudo!!!
Não sei, penso que gostaria estar perto e poder ajudar, mesmo sabendo que possivelmente não conseguiria fazer nada.
Hoje, em tributo decido ser eu 100%, porque no fundo acho que é um não se encontrar, um não se amar muito profundo que faz alguém querer ir embora.
E peço a todos, em especial meus amados e queridos, família e amigos que sejam vocês, que se amem como são, que busquem ajuda quando não se sintam bem, que não fiquem sofrendo sozinho, que não deixem a amargura chegar a um nível tão baixo.
Tratem-se, seja com amigos, com irmãos, com pais, com terapeuta, com cartomante, com maridos, mas dividam o que sentem, o bom e o ruim e se deixem ser ajudados e acariciados.
Vamos fazer um tributo a essas pessoas que quiseram ir agindo da forma contraria, gritando com todo pulmão, “nos decidimos ficar em homenagem a vocês e em especial em homenagem a nos mesmo”.
Pode até ser mais fácil fugir mas fugindo nunca se colhera os frutos do que foi plantado, pois as sementes não te acompanharão.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Sobre as escolhas...
Estou numa fase que já perdura por um tempo, a fase de mudanças!!!!
Coisa que meu mapa astral não explica é essa minha necessidade de mudança!! Muitos que me conhecem também diriam o mesmo, que não tenho essa necessidade e pensando assim chego a conclusão que foi uma necessidade criada, coisa que Marketing explica ou que estou em constante busca de algo e que essa busca me leve as constantes mudanças!!
Talvez nunca encontre o que busco ou me de conta de que o que busco não existe!
A probabilidade de que se confirme a segunda hipótese me parece muito maior em relação com a primeira e digo isso com propriedade de quem já fez terapia, de quem já dedicou horas e horas falando sobre tudo com os melhores amigos, de quem já estudou um pouco de astrologia....
Isso significa que fazemos das nossas vidas uma expedição ao cume do Everest enquanto bem sabemos que o que desejamos mesmo é ver o por do sol sentadinha nas pequenas pedras do arpoador! Ou seja muito mais fácil, mais barato e mais prazeroso dado que os poucos que chegam ao cume do Everest não podem se dar o luxo, dado o perigo e mesmo porque nem é agradável, de permanecer por muito mais de 5min. Alguns até se esquecem de tirar uma foto, dado o esforço para chegar e o longo caminho de volta...
Já no Arpoador, podemos nos sentar com nossos amigos por horas e tirar pelo menos umas 30 fotos com apenas duas preocupações: onde é que tem cerveja pra vender que já cansamos de tomar mate gelado e comer bissscoito globo e será que vão nos roubar a câmera, coisa de paulista na terra dos cariocas!!!
Mas ainda assim, provavelmente neste lindo momento no Arpoador pensamos como seria o Maximo escalar o Everest!!! Esse tipo de coisa é que parece inexplicável e é o que representa essa busca ao nada de que estava explicando no inicio desse texto.
Às vezes demoramos muito para nos dar conta disso, do que é que realmente nos satisfaz e as vezes estamos com a cabeça explodindo e com muita náusea na base Do Everest.
Uma vez já no acampamento base não decidimos por voltar no primeiro avião, escutando samba e com biquíni por baixo. Decidimos que o caminho já foi muito áspero para voltar e que talvez seja melhor esperar a aclimatação! Quem sabe o corpo se acostuma e nos arriscamos até o acampamento 1?!
Estou exatamente ai, nesse lugar, acampamento base, esperando aclimatação e pensando que talvez eu consiga chegar ao acampamento 1...fases da vida, descobertas tardias mas que nos levam a escolhas de caminhos.
O bom é que não penso o que seria de mim se tivesse escolhido outro caminho, porque eu precisava chegar aqui pra me dar conta de que tudo poderia ter sido mais simples... Mas como boa capricorniana, só se aprende vivenciando!
E se não me aclimatar?? O caminho de volta pode até mais curto, pelo menos não arriscarei subir mais. E quanto ao biquíni? Eu o carrego sempre na mala, bem amarrado às havaianas com uma fitinha do Bonfim!
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Sobre afinidade, tempo e Ricky Martin
Algumas amizades começam na infância, na adolescência, na juventude, na vida adulta ou na terceira idade.
Amigos de colégio, amigos de bairro, amigos de faculdade, amigos de trabalho, amigos do mestrado, doutorado, amigos dos amigos que se tornam nossos amigos, amigos dos irmãos, amigos dos pais, aí vem os amigos dos filhos, dos sobrinhos
Algumas amizades se consolidam. Outras não. Umas se distanciam. Outras deixam de ser amizade. Outras continuam apesar da distância e facilitadas pelo celular e pela internet. Outras tornam-se amizades “de vez em quando”.
Algumas amizades seguem com a gente pelas diversas fases da vida. Essas são as amizades eternas (na minha opinião). Esse é um resumo bem resumido da nossa história...
Em 1988 mudamos de colégio. Afinal, estávamos no colegial. Naquela época em Rio Claro/SP poucas eram as escolas que tinham da primeira série ao colegial. Lá fomos nós. Colégio novo, amigos novos, uniforme novo...
As turmas começaram a se formar... e lá estávamos nós, na mesma turma. Vindas de colégios diferentes, bairros diferentes e prontas para encarar aquela fase da vida de maneira bem típica (para aquela época, ok?).
Casa de uma, casa da outra para fazer trabalho, jogar conversa fora. Estávamos juntas sempre antes das festas, claro, as roupas tinham que ser aprovadas... Clube, churrascos, academia, bicicleta, festas, bailes de carnaval, do Havaí... não perdíamos um. Ficamos amigas das famílias...
Muitas histórias compartilhadas. Noites em claro conversando. Horas de conversas ao telefone. O tempo foi passando... faculdade, casamentos, descasamentos, filhos, cidades diferentes, perdas, conquistas, viagens e nós continuamos nos encontrando. A cada encontro aquela conversa boa, daquelas continuações de assunto, sabe?
O assunto foi mudando, mas a afinidade não.
Gostamos de viajar, de cozinhar, de receber em casa, de falar da vida, de trabalhar, de ir a restaurantes, de dançar, de comemorar as datas importantes...mas...
Foi na semana passada que descobrimos mais uma coisa em comum: somos fãs do Ricky Martin!!!!
Un, dos tres, Maria
“Maria
Un, dos, tres
Un pasito pa'delante, Maria
Un, dos, tres
Un pasito pa' atras
Un, dos, tres
Un, dos, tres
…”
Livin' la Vida Loca
“Upside inside outShe's living la Vida Loca
(Vc está ouvindo ele cantar?)
A descoberta deste ídolo em comum foi tão divertida e espetacular que eu não conseguirei colocar em palavras.
Espetacular sim!
A partir do Ricky Martin resgatamos a nossa empolgação!
Em meia hora estávamos com os ingressos comprados, maridos morrendo de rir da nossa alegria e nós super animadas porque vamos juntas ao show do RICKY!!!!!
Depois de anos tendo que combinar os encontros com antecedência para encaixar na agenda de uma, da outra ou da outra, descobrimos que basta um telefonema e pronto: DISPONIBILIDADE.
Jantar na casa da Lu e almoço na casa da Rê. Simples assim. Horas de papo leve. Amigas de colégio. Nós somos.
A preciosidade de ter amigas de vida inteira... amigas pra dizer: “eu a conheço muito bem” ou “lembra quando...”
Somos diferentes, mas temos uma amizade do tipo “que se pode pensar em voz alta” e somos fã de Ricky Martin!!!!
Amigas, o tempo passou para nós (e isso a gente consegue perceber pelas suas crianças), mas não passou para nossa amizade.
UEPA!!!!!!
Pra nós: muitos encontros, viagens e shows do Ricky Martin!
Rumo aos 40! Always fun and fabulous!
terça-feira, 12 de julho de 2011
Sobre como escolher um livro...
Por indicação de alguém? Conversa com as pessoas da livraria e escolhe? Por que é um best seller? Por autor? Por tema? Pela capa? Pra ficar antenada com seus amigos? Por que precisa ler aquele livro?
Creio que existam várias formas de se escolher um livro e não necessariamente escolhemos sempre do mesmo jeito.
Dentre as diversas formas de escolha eu particularmente gosto muito de quatro: a indicação da atendente da livraria, o autor, a capa ou ser escolhida pelo livro.
Quando um livro é indicado fica aquela expectativa de será que eu vou achar tão bom quanto a pessoa que indicou. Às vezes sim, mas confesso que para mim a chance é de 50% de eu não achar aquele livro tão bom.
Por autor. Ah, que beleza. A gente conhece o estilo e começa a leitura esperando a delícia do livro anterior... A grande aventura é que o autor pode mudar seu estilo e aí somos pegos de surpresa com alo novo!
Por capa. Lindas capas. Eu tenho um amigo que diz escolher o livro pela capa. Escolhe pela beleza da capa. Esse meu amigo é um moço que admira as coisas belas e nunca escondeu isso. Escolher pela capa? Mas vale dar aquela lidinha no verso ou na orelha do livro para saber do que se trata, né? Vai de sorte: beleza x conteúdo.
Mas a forma que mais gosto mesmo é quando sou escolhida pelo livro.
O que? Você nunca foi escolhida(o) por um livro?
A Nara, amiga da minha mãe, uma vez me contou que sempre que ela estava precisando de ajuda para ler ou escrever algo, ia até a biblioteca de seu trabalho e ficava olhando para as prateleiras. Passado um tempinho, um livro chamava sua atenção. Como se começasse a brilhar para ela. Pronto! Pegava o livro e tudo se resolvia.
Não sei se fiquei com isso na cabeça e fui induzida pela Nara, mas comigo (algumas vezes) acontece isso: sou escolhida pelo livro.
Há duas semanas fui com minha irmã conhecer uma livraria e aproveitei para procurar um livro novo. Queria um livro que fizesse a diferença, pois o último que li não foi lá grande coisa (indicado).
Andando pela livraria vi uma mesa cheia de caderninhos. Nossa! Caderninhos vou até lá.
No caminho, olho para o lado e vejo o livro “A arte de ser leve”, de Leila Ferreira.
Pensei, mais um livro que ensina a perder peso. Mas, pessoa curiosa não contenta com a capa. Abri o livro e comecei a folhear. Na capa de trás estava a opinião da atriz Denise Fraga sobre o livro (... lendo o livro ri, me emocionei e fiquei com a esperança danada de dias melhores). Comprei. Li. Adorei.
Fui escolhida pelo livro.
J.
Rio Claro, 12/07/2011 (dia de sol e produtividade)
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Sobre a difícil arte de acostumar-se com o vazio...
Será que a gente se acostuma ou será que a o vazio diminui com o passar do tempo?
Ainda não tenho resposta para essa pergunta, mas de vez em quando ela passa pela minha cabeça.
O sentimento de vazio está relacionado ao ser, ao estar com ou ao ter?
Se estiver relacionado ao ter a situação pode ser facilmente resolvida. Vai lá e compra.
Se estiver relacionado ao ser a situação também pode ser resolvida de várias formas (na minha modesta opinião): autoconhecimento.
Se estiver relacionado ao estar com... aí acho que fica fácil e difícil... e é sobre isso que vou escrever hoje.
Estar com fica fácil quando a pessoa está perto, está disponível e está com vontade de estar com a gente.
Estar com pode ser facilitado por um telefonema, um jantar, um café, uma visita... enfim, um encontro.
Quando existe a disponibilidade para ‘estar com’ a coisa fica simples e aquele vazio se enche da companhia do outro.
Estar com fica difícil em duas situações: quando a pessoa está longe ou quando ela não está disponível.
Quando a pessoa não está disponível:
Estar disponível significa querer estar com alguém. Arrumar tempo para estar com um amigo, irmão, primo, filho, marido, afilhado, pai, mãe, tio, tia, avó, avô sobrinhos, cunhados (as), enfim... estar com alguém que estimamos.
Nesse mundo agitado das grandes cidades percebo que as pessoas não estão disponíveis para estar com... As pessoas estão muito ocupadas ocupando seu tempo que não tem tempo para estar umas com as outras... os dias passam, os meses passam e a vida vai passando...
-“Desculpa estou numa correria por isso não te liguei de volta ou não respondi seu email.”
Frase familiar?
Quando a pessoa está longe:
Ah, quando pessoa está longe podemos usar as ferramentas tecnológicas a nosso favor: skype, email, facebook, celular, telefone.
Com tantas formas de contato, tenho a impressão que estamos perto...
Mas quando aquela pessoa que está longe chega...
O coração bate mais forte. A gente sente a pessoa perto e pode abraçar. Senta para tomar café e jogar conversa fora.
Ai sim a gente percebe que não se acostuma com a distância daquela pessoa querida...
Mas e o vazio? Diminui com passar do tempo?
O vazio? Acho que diminui quando a gente aceita que não se acostumou com a distância, mas que existe a possibilidade do encontro, do reencontro.
J.
Rio Claro, 11/07/2011 (noite estrelada)
Sobre uma vida sem dramas...
Há alguns anos descobri que minhas varizes não teriam outra solução, se não a cirurgia.
O tempo foi passando até que depois de muita meditação resolvi: ‘hora de fazer cirurgia’.
Decisão tomada, faltava escolher o médico.
Escolhi o médico em Rio Claro, minha cidade natal, onde ainda moram meus pais e a família de minha irmã mais velha (Não mais velha do que eu. A mais velha dentre os meus irmãos).
- “Por que Rio Claro? Perguntavam as pessoas.”
- “Ah, porque lá é a casa de meus pais e fica tudo mais fácil durante a recuperação já que terei que fazer repouso na primeira semana”, eu respondia.
As pessoas olhavam com certo estranhamento.
Resolvi observar o que mais tinha por trás de minha decisão. O que mais?
Durante as consultas pré-operatórias com o médico vascular e com o anestesista notei algumas coisas em comum: hospitalidade, tempo para escutar e responder perguntas, cordialidade, gentileza, disponibilidade.
Noite pré cirurgia. Chego ao consultório do meu médico e encontro uma colega de infância. A esposa do médico sentada ao lado da secretária e as duas conversando tranquilamente. Entro no consultório e o médico me diz: - ‘Pode perguntar o que quiser’. E calmamente vamos conversando e ele me deixa bem segura de que tudo dará certo.
Dia da cirurgia. Chego ao hospital. Uma calmaria. Não há filas, nem gente falando ao celular. Passo o dia dormindo sem pensar que tenho que fazer isso ou terminar aquilo. Afinal tenho licença poética para o ócio não produtivo.
Pós cirurgia: duas horas em repouso e uma hora caminhando lentamente durante uma semana.
O que eu descobri nesses dias de repouso:
+as pessoas estão disponíveis para te ajudar durante a recuperação;
+alguns amigos e familiares telefonam para saber como você está;
+alguns dias de repouso fazem a gente desacelerar;
+casa de mãe é muito bom;
+as pessoas convivem e compartilham os momentos sem muita cerimônia;
+ter paciência é fundamental para o corpo se recuperar (e não só o corpo...),
+mente tranqüila, corpo descansado.
Uma simples cirurgia de varizes pode trazer tantas reflexões...
Coisa de gente louca?
Prefiro pensar que é a falta de drama na vida.
E você?
J.
Rio Claro, 11/07/2011 (noite estrelada e mais quentinha)