quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sobre pessoas que buscam aventuras internas...



Estava lendo uma reportagem sobre mulheres que querem viver diferentes realidades e embarcam no turismo de experiência.

Quatro histórias foram contadas:
1.       A moça que vai com marido viver durante 25 dias com nômades na Mongólia e descobre que “a vida pode ser simples e feliz sem grandes demandas”.
2.       A moça que cansou da profissão , foi passar um tempo na Amazônia e aprendeu com os índios “que devemos fazer pelos outros o que gostaríamos que fizessem por nós, sem esperar nada em troca”.
3.       A moça, que após o divórcio, foi passar um tempo na periferia de uma cidade no Peru e hoje não vê mais limites para ajudar o próximo.
4.       A moça que foi passar uma temporada numa unidade de conservação na África do Sul para cuidar de animais e descobriu que consegue se adaptar a situações diferentes de sua realidade.
5.        
A reportagem é bacana, com lindas fotos e realmente me fez pensar naquela minha vontade de passar um tempo na África. Mas...

Mas o que me chamou a atenção foi que elas precisaram sair de sua zona de conforto, enfrentar dias sem tomar banho e comendo comida estranha, vivendo em barcos, tendas ou casebres, correndo risco sei lá eu de que para descobrir que a vida pode ser simples, devemos ajudar os outros, devemos agir com o coração e sem esperar nada em troca e que podemos nos adaptar às adversidades  e às mudanças da vida?

Peraí! Pode parar o mundo que eu quero descer!

A vida pode e é simples é só uma questão de escolha. Tem dias que a vida é muito simples, mas tem dias... ah, tem dias que ela é complicadíssima! Mas e daí? Qual o problema?
Tem gente que simplifica, tem gente que complica e tem gente que não está nem aí para a Hora do Brasil. Aposto que você conhece um monte de gente assim.

Ajudar os outros? Sim, o que ela fez foi trabalho voluntário na periferia peruana, mas veja, às vezes os necessitados de ajuda estão ao nosso lado ou somos nós mesmos. Já pensou sobre isso? Ajudar pode significar: ouvir, falar, contar as novidades, dar colo, dar um abraço, fazer um chamego ou um elogio, sair pra um café ou almoço, ler um texto, dar um telefonema, escrever um email... ou um simples bom dia, como vai?

Quantas pessoas você ajudou esta semana? E quantas te ajudaram? Já recebeu um elogio? Já elogiou alguém?

“Fazer o bem sem olhar a quem”, essa nem precisa de explicação... e sem esperar nada em troca. Claro!!! A vida é uma teia, uma rede uma corrente (lembra daquele filme Corrente do Bem?). A coisa vem de quem você menos espera!

Já percebeu isso ou ainda fica chateada porque isso e porque aquilo. Chega de mimimi!!!! Vai fazendo a sua parte que o que é seu está guardado (Piegas?! Pode até ser, mas que é verdade é!).

Adaptar-se às adversidades!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! O que????

Defina adversidade? Já perdeu  alguém querido por morte ou afastamento? Já se separou? Já teve filho? Já casou? Já mudou de país? Já fez intercâmbio? Já mudou de trabalho? Já ficou sem dinheiro? Já teve que sentar para jantar com alguém que você detesta? Já teve que comprar roupa maior do que número? Já teve voo cancelado?

Pode listar as coisas que já fez e exigiram que você se adaptasse.

Turismo de experiência pode ser feito aqui e agora.
Pra onde você vai hoje?
Aventure-se!

Ah, e como afirma meu marido, "nunca te busque fora de ti mesmo".

São Paulo, 2º de setembro de 2012.
Linda manhã de sol, calor e seca!
J.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Sobre ir para o Rio de Janeiro...


Sobre ir para o Rio de Janeiro…

Nada melhor do que uma pequena viagem não esperada, uma quase surpresa do destino onde quase tudo conspira a favor desse evento!

Há dois finais de semana, recebemos uma visita de uma amigona que esta morando no Rio e que disse: ” é possível que não esteja mais no Rio no próximo ano, vocês tem que aproveitar pra vir neste ano mesmo!!”

Antes desse final de semana, meu amado define que sairá na ultima semana de setembro de férias, pra descansar um pouco e porque caso contrário, perderia estes dias de férias que aqui não seriam pagos.

Na semana depois do final de semana mencionado, meu amado recebe um reconhecimento por participar de um projeto no trabalho....além da alegria pelo prêmio, podemos contar com uma graninha extra!!!

Eu, depois de tudo isso disse: ”amor, acho que você merece fazer algo bacana com esse premio, porque não vamos para o Rio de Janeiro?”, claro que eu como apoio número um dele, mereço comemorar junto!

Ele pensou, pensou, e pensou, olhou as passagens e estavam caras...olhou as milhas e eram suficientes mas não nos dias que precisávamos....isso em dois dias de pensar. Numa das noites, antes de dormir, já quase dormindo, ele me diz: “Amor, já dormiu? Tenho que te falar uma coisa, temos que ir para o Rio de Janeiro! Pedimos um dia mais, além do feriado e vamos!”, sem mais explicações dormimos.

Pedimos um dia mais nos trabalhos e conseguimos e compramos as passagens com milhas e embarcamos em dois dias!

Desde ontem chove muito aqui, então pensei que lindo que vamos para o Rio, sol, praia e calor, qual será o clima? Por quê? Por quê? Por que olhei a previsão de tempo? Chuva no Rio nos dias que estaremos...aí se aplica perfeito o ditado: “rapadura é doce, mas não é mole não!”

Querem saber, melhor chuva no Rio de Janeiro que em casa! Pelo menos chove e não faz frio...e já garantimos, com esse clima, a feijuca com samba de sábado, porque a chuva temos aqui, mais a feijoada com samba não!
Bora para o RIO!

Buenos Aires, 19 de setembro de 2012, frio e chuva.
T.

domingo, 16 de setembro de 2012

Sobre como ouvir aquela pergunta e sorrir


O momento: desabafo + indignação.
A pergunta é: “Você está grávida?”
A vontade: sei lá de que.

Duas situações em que essa pergunta ( Você está grávida) poderia ser feita, se é que ela deveria ser feita em algum momento (eu nunca faço):

1) Quando a barriga tem o formado de uma melancia, a mulher anda com a perna aberta e segurando a lombar. Neste caso, não há dúvida, está grávida.
Observação: mas neste caso... A grávida vai te contar que está grávida, que será mãe de um menino, uma menina ou gêmeos, que vai nascer tal data e que se chama isso ou aquilo.
2) Quando você sabe que sua amiga não está de dieta, ela continua com o mesmo corpo, mas parou de beber bebida alcoólica de repente (sendo que ela adorava uma cervejinha ou um vinhozinho).
Observação: neste caso, melhor perguntar: “Por que você não está mais bebendo?”

Mas, a vida também é feita de espelhos da Madrasta Má da Branca de Neve.
Espelho que fala, ou melhor, que pessoas com jeito de espelho da Madrasta Má.
Cenas cotidianas:

Cena 1:
-“Bonitinha, é um menino ou uma menina?”, pergunta uma senhorinha na fila do caixa de supermercado.
-“Não estou grávida. Estou acima do peso”, respondi com um sorriso sem graça.
-“É que você está usando uma blusa larga. As moças hoje usam essas roupas, né?” Insistiu a senhorinha.
Sorrisinho sem graça... e fim de conversa.

Cena 2:
-“Posso te fazer uma pergunta, mas não vai ficar brava”. (A pessoa está neste momento segurando no seu ombro esquerdo ou direito)
- “Lá vem...” você pensa.
-“Você está grávida?”
-“Veio”, você pensa. E responde sorrindo com cara de super resolvida: “não”.

Pelo amor de Deus ???????????????
Ninguém merece ouvir essa pergunta e ainda ter que sorrir...
Ninguém precisa ouvir essa pergunta quando tem espelho...
Já passou por isso?
Não, sorte sua.
Sim, sem comentários.

Não sei o que é mais cruel: o espelho, a balança do banheiro ou a pergunta.


Piracicaba, 15.09.2012
Muito calor. Muito calor mesmo.
J.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bate e não envelhece: o coração


Sobre o coração...

“Bate, bate, bate coração
Não ligue, deixe quem quiser falar
Porque o que se leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar
...
Oi, tum, tum, bate coração
Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate coração
Que eu morro de amor com muito prazer
...
... Canta Elba Ramalho

Quando eu era menina costumava ouvir essa música na casa de  meus tios. Eles sempre gostaram de MPB e em especial de Elba.

Confesso que eu achava a música boa de dançar, mas nunca havia refletido sobre a letra...

Hoje, aos quase 40 anos,

Bate de amor, bate de ódio, bate de nervoso, bate de ansiedade, bate de alegria, bate de tristeza, bate de canseira... Bate para esperar... Bate por bater... Bate como bumbo, como bateria de escola de samba, como atabaque, como panela...

Na infância bate pelas descobertas...
Na adolescência bate sempre por alguém...
Na juventude bate por alguém e por algo...
Na fase adulta bate por alguém, por algo, pelas descobertas, pelas conquistas...

Ainda bem que não para de bater. Bate por qualquer motivo. Bate à toa.
Às vezes bate até sair pela boca. Às vezes parece que parou de bater.
Ah, o coração! Que órgão é esse que não descansa...
Cansa, à vezes... mas retoma a froça e bate, bate, bate... até cansar...
Tum, tum. Tum,tum. Tum, Tum, Tum, Tum, Tum, tum. Tchururu! Tchu! Tcha! Tum, tum. Tum, tum. Tum, tum.
Tum... tum... Tum................................... Tumtumtumtumtumtumtumtumtum

Não importa como ou porque ele bate. Importa que ele bata!

Os anos passam. O rosto envelhece. A pele envelhece.
As marcas da vida ficam evidentes no rosto.
As marcas da vida ficam no coração, mas não aparecem... Olha que bom!

O coração sossega e desassossega. Sossega, desassossega! E assim...
''O coração nunca envelhece'' (Neem Karoli Baba).

Acho que por isso este é o órgão mais querido, mais desenhado, mais tatuado, mais cuidado.
Já viu alguém tatuar um fígado ou um rim?

Ah, coração!!!!
Haja coração!
Aja coração!
Cor e ação!
Ação com cor!

“Porque o que se leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar”... não é?

São Paulo, 11/09/2012
Noite quente com cheiro de chuva!!
J.