segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sobre emoções no teatro




Domingo tranqüilo em São Paulo e um casal caminhava tranquilamente pela Vila Madalena.

Ele carregava em seu bolso o celular dela. De repente toca o telefone. Um amigo dele de longa data faz o convite.

- “Teatro hoje às 18hs, vamos?”

-“Claro, vamos.”

Há muito esperávamos para assistir àquela peça na qual Fernanda Montenegro interpreta Simone de Beauvoir. A dama do teatro brasileiro conta de maneira precisa e envolvente a história Simone de Beauvoir.

Comovente! Um monólogo de emocionar! Mas como não sou crítica de teatro, vou apenas contar o que senti.

Durante a peça é impossível tirar os olhos e desviar a atenção. O texto é denso. Frases como “não se nasce mulher, transforma-se em uma mulher” trazem à reflexão.

Difícil não pensar sobre a forma de viver escolhida por Simone de Beauvoir ou por seu amor incondicional por Sartre.

Difícil não concluir que só a dama do teatro brasileiro poderia ter interpretado este papel.

Duas mulheres lindas, fortes, ativas, diferenciadas, femininas, versáteis, públicas, exemplos de mulheres que fazem a diferença.

Concordar ou não com o modo escolhido por Simone de Beauvoir de viver é perder tempo em não refletir sobre seu papel no mundo.

Ir ao teatro assistir Fernanda Montenegro é um presente. Obrigada!

Experimente! Vá ao teatro!

Peça: Viver sem tempos mortos.Teatro Raul Cortez em São Paulo

São Paulo, 31/10/11.
Chove!
J.

Sobre uma noite estrelada em Nova Iorque




Início da primavera em Nova Iorque. Frio. Sol. Chuva. Neve. Nova Iorque.

O que esperar quando se esperou tanto para conhecer esta cidade.

Caminhadas pelo Central Park. Café em Union Square. Museus. Mais cafés.

Horas caminhando pela cidade que nunca dorme apenas para admirá-la.

Muitas dicas nos foram dadas.

-“Vocês tem que ir neste lugar. E neste e naquele.”

Mas uma semana não foi suficiente para visitarmos todos os lugares que nos foram indicados.

A cidade é de fato incrível. Vibrante. Colorida. Agitada. Plana. Ampla.

Seguindo nossa programação, que não foi lá muito planejada, chegamos ao MOMA. Museu de Arte Moderna de NY.

Que emoção!

Na entrada uma multidão. Lá dentro outra multidão.

Caminhamos traquilamente escolhendo onde e o que iríamos visitar.

Van Gogh: este não podemos deixar de ver.

Muitas pessoas se aglomeravam para ver o quadro “Noite Estrelada”. Uma das muitas obras de Van Gogh.

Percebemos que as pessoas olhavam, mas não se aproximavam do quadro.

Curiosos, chegamos mais perto e nos deparamos com uma cena especial.

Um casal de mais de setenta anos estava sentado em frente ao quadro. Sentados naquelas cadeirinhas de montar como se estivessem em confortáveis poltronas.

De mãos dadas eles apreciavam a obra de Van Gogh como se estivessem reverenciando algo. Lágrimas escorriam pelo rosto do senhor que segurava sua bengala entre as pernas. A senhora estava segurando a mão dele e os dois olhavam fixamente para o quadro, emocionados.

Memórias de NY (março, 2011).
São Paulo, manhã de segunda-feira, 31/10/11. Chove e faz frio. É outono.
J.