Sim, eu tenho marido!
Começo este meu texto com uma frase de João Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas:
“Sorte é isso: merecer e ter...”
Durante muitos anos ouvia as pessoas, ou melhor, algumas de minhas amigas e conhecidas dizerem a seguinte frase:
-“Ah, mas você tem marido!”
Eu não entendia muito bem o que elas queriam dizer com isso.
Pensava eu:
-“Pensa que ter marido resolve todos os seus problemas?”
-“Ah tá, não posso nem desabafar só porque tenho marido!”
-“Qual o problema de ter marido?”
No fundo, ter marido era uma coisa tão natural que eu não conseguia entender o tamanho desta exclamação. (Sim, porque não era uma afirmação. Tinha entonação e cara de “ué, ta reclamando por que?”)
O tempo foi passando...
Um belo dia precisei tomar uma decisão muito séria na minha vida.
Daquelas que mudam o rumo das coisas.
Consultei minha cartomante, meus pais, meus melhores amigos, mas quem me ajudou mesmo a tomar corajosamente a decisão foi MEU MARIDO.
Foi ele, meu marido, que me empurrou para a compra de nosso apartamento, foi ele que me incentivou a entrar no doutorado, foi com ele que conheci Paris, Roma, Bruxelas, Buenos Aires e outras coisas.
Meses depois da tomada daquela decisão que mudou minha vida...
Depois de me debater em muitas reflexões, altos e baixos - e confesso que tiveram muitos baixos -, muitos quilos a mais e algumas sessões de terapia... escuto a minha voz interna gritando (o nome da minha voz interna é Critéria)
-“Hey, VOCÊ TEM MARIDO!!!!!”
-“O que?”, perguntei, “Até você, Critéria?!”
-“Presta atenção! Olha pro seu lado! Você tem marido!”, disse a Critéria
-“É isso! É isso! Eu tenho marido!”, pensei eu.
Depois desse dia percebi que ter marido é muito mais do que “ser casada com alguém”.
Percebi que ter marido é ter um parceiro, um companheiro, um amor. Alguém que está ao seu lado na alegria e na tristeza. Na saúde e na doença. Nos momentos bons e ruins.
Não sei era isso que as pessoas queriam dizer.
Para mim, marido é:
Aquela pessoa que fala a verdade para você, mesmo que de vez em quando você goste.
Aquela pessoa que faz cafuné na sua cabeça por horas. Um cafuné que faz você meditar.
Aquela pessoa que está ao seu lado. É aquele que ri com você e que ri de você. Que te coloca no chão quando você sai voando. Que te acalma quando você tem um ataquinho e te estressa quando faz as coisas só do jeito que ele quer.
Aquele ser deliciosamente único que aparece na sua cabeça como uma lembrança boa quando você está dirigindo na estrada para a casa de seus pais.
Aquele que te agrada nos dias que você está borococho. Que leva você para dar suas aulas e te espera no carro. Que aguenta a conversa de suas amigas e até participa.
Aquele que faz você gargalhar com suas caretas ou seus comentários.
Aquele que te ajuda a realizar seus sonhos. Que te apóia. Que torce por você.
Aquele que você ama muito. Que você admira. Que você compartilha os sonhos e a vida.
Aquele que te faz feliz.
Para meu marido: “sorte é isso: merecer e ter...”
J
SP, 10.03.2011 (Dia nublado em São Paulo. Dia de trabalho e reflexão)
Começo este meu texto com uma frase de João Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas:
“Sorte é isso: merecer e ter...”
Durante muitos anos ouvia as pessoas, ou melhor, algumas de minhas amigas e conhecidas dizerem a seguinte frase:
-“Ah, mas você tem marido!”
Eu não entendia muito bem o que elas queriam dizer com isso.
Pensava eu:
-“Pensa que ter marido resolve todos os seus problemas?”
-“Ah tá, não posso nem desabafar só porque tenho marido!”
-“Qual o problema de ter marido?”
No fundo, ter marido era uma coisa tão natural que eu não conseguia entender o tamanho desta exclamação. (Sim, porque não era uma afirmação. Tinha entonação e cara de “ué, ta reclamando por que?”)
O tempo foi passando...
Um belo dia precisei tomar uma decisão muito séria na minha vida.
Daquelas que mudam o rumo das coisas.
Consultei minha cartomante, meus pais, meus melhores amigos, mas quem me ajudou mesmo a tomar corajosamente a decisão foi MEU MARIDO.
Foi ele, meu marido, que me empurrou para a compra de nosso apartamento, foi ele que me incentivou a entrar no doutorado, foi com ele que conheci Paris, Roma, Bruxelas, Buenos Aires e outras coisas.
Meses depois da tomada daquela decisão que mudou minha vida...
Depois de me debater em muitas reflexões, altos e baixos - e confesso que tiveram muitos baixos -, muitos quilos a mais e algumas sessões de terapia... escuto a minha voz interna gritando (o nome da minha voz interna é Critéria)
-“Hey, VOCÊ TEM MARIDO!!!!!”
-“O que?”, perguntei, “Até você, Critéria?!”
-“Presta atenção! Olha pro seu lado! Você tem marido!”, disse a Critéria
-“É isso! É isso! Eu tenho marido!”, pensei eu.
Depois desse dia percebi que ter marido é muito mais do que “ser casada com alguém”.
Percebi que ter marido é ter um parceiro, um companheiro, um amor. Alguém que está ao seu lado na alegria e na tristeza. Na saúde e na doença. Nos momentos bons e ruins.
Não sei era isso que as pessoas queriam dizer.
Para mim, marido é:
Aquela pessoa que fala a verdade para você, mesmo que de vez em quando você goste.
Aquela pessoa que faz cafuné na sua cabeça por horas. Um cafuné que faz você meditar.
Aquela pessoa que está ao seu lado. É aquele que ri com você e que ri de você. Que te coloca no chão quando você sai voando. Que te acalma quando você tem um ataquinho e te estressa quando faz as coisas só do jeito que ele quer.
Aquele ser deliciosamente único que aparece na sua cabeça como uma lembrança boa quando você está dirigindo na estrada para a casa de seus pais.
Aquele que te agrada nos dias que você está borococho. Que leva você para dar suas aulas e te espera no carro. Que aguenta a conversa de suas amigas e até participa.
Aquele que faz você gargalhar com suas caretas ou seus comentários.
Aquele que te ajuda a realizar seus sonhos. Que te apóia. Que torce por você.
Aquele que você ama muito. Que você admira. Que você compartilha os sonhos e a vida.
Aquele que te faz feliz.
Para meu marido: “sorte é isso: merecer e ter...”
J
SP, 10.03.2011 (Dia nublado em São Paulo. Dia de trabalho e reflexão)